O projeto de reativação da Casa de Bem Bem (Nhô Manduca), espaço que vai abrigar a nova sede do Instituto Ciranda, está entre os 16 contemplados pelo PAC Cidades Históricas. No início da semana, a presidente Dilma Roussef anunciou a liberação de pouco mais de R$ 10 milhões que vão contemplar Cuiabá. Ao todo serão distribuídos R$ 360 milhões em recursos em todo o país.
Idealizado pelo arquiteto Rafael Dias, o projeto prevê a revitalização do espaço e a construção dos anexos do Instituto que deve abrigar ao menos mil alunos, entre crianças, adolescentes e jovens atendidos pelo Instituto que oferece ensino de música gratuito.
De acordo com a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), Marina Duque Coutinho Abreu Lacerda, o caso do Ciranda é especial. “Nesse despertar para a revitalização de espaços urbanos tombados, essa iniciativa é estratégica, pois não se trata só de revitalização, mas também de um trabalho silencioso de educação material. Sem contar que dentro do espaço físico estará contido o patrimônio imaterial da música. Este, transcende quaisquer estruturas, portas, janelas ou esquadrias”.
Segundo ela, as pessoas que vão frequentando o lugar, ambientados a ele, vão se atentando para o valor de um patrimônio histórico. Consciência, que a seu ver, atingiu o Governo Federal, que estendeu suas ações a Cuiabá.
“Foi a maior vitória que tivemos desde os processos de tombamento na década de 80. Agora o governo se atentou para a importância da manutenção destes espaços”. E vai além, como aponta a superintendente do Iphan-MT.
“A novidade é o anúncio de um programa de financiamento para revitalização de imóveis privados. Os interessados poderão lançar mão de incentivo a custo de juros muito baixo. Mas para se candidatar é preciso se atentar à documentação”, alerta.
Para a gestora, que está há dois anos à frente do órgão em Cuiabá, a liberação de recursos se deve a uma política de conscientização e do apoio de agentes como arquitetos e a Prefeitura Municipal de Cuiabá.
Entre outros projetos que foram aprovados, figuram os que vão revitalizar becos, praças, a Igreja Senhor dos Passos, a Casa da Funai, Instituto Histórico e Geográfico e o próprio prédio do Iphan que vai se transformar na Casa do Patrimônio, destinada a fomentar uma série de ações culturais.
Equipe Ciranda formada por Elisângela Passos, Murilo Alves, Fernando Pereira e Jorge Moura discutem detalhes do projeto com as arquitetas Patrícia Andrade e Elisa Pereira
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