
domingo, 18 de agosto de 2013
Em entrevista especial neste domingo, Vittor Santos fala sobre "os presentes" que deu ao Ciranda
É hoje que a plateia cuiabana vai conhecer o arranjo que o compositor, trombonista, produtor e arranjador, Vittor Santos fez para a canção “Lá no Bairro do Areão, Lambari na Cuia”, do saudoso Mestre Albertino. A composição faz parte do repertório do concerto de hoje, que começa às 19 horas, no Cine Teatro. Frederico Mil Homens é o solista convidado e o presidente do Instituto Ciranda, Murilo Alves, o regente. Vittor Santos contou que esta música exige muito apuro, especialmente por se tratar de uma peça genuinamente folclórica que permanece com sua linguagem e identidade, ainda que sejam incorporados a ela, teores harmônicos mais “profundos”, como ele diz. Quem for ao concerto deste domingo vai se deleitar com um repertório que vai de clássicos como Mendelssohn até o contemporâneo Vittor Santos que não colabora apenas ao fazer arranjos especiais, como também, presenteia o repertório que terá Frederico Mil Homem como solista, com uma composição nunca antes executada, a Divagações nº 22. Entre outras considerações, Vittor Santos também elogiou o trabalho do Instituto Ciranda – Música e Cidadania, do qual a Orquestra Jovem se origina.
- Fale um pouco sobre sua trajetória e sua ligação com Cuiabá... Estive em Cuiabá em 2008, a convite do maestro Murilo e me alegrou profundamente testemunhar a movimentação musical que o projeto Ciranda vem gerando, exatamente confirmando a tradição que diz que "o Brasil e um país musical". É um país de talentos, numa época em que o talento vem sendo potencializado pelos estudos formais que geram a consistência artística e assim, enobrecem o talentoso. - E a dedicação ao rasqueado, de onde vem? Também foi Murilo, que me presenteou um DVD da orquestra dirigida pelo maestro Leandro Carvalho, no qual desfila um repertório voltado para a cultura local, explicitando a riqueza 'sonora-folclórica' que se estabelece por meio do rasqueado, que compreendi este ritmo que é, também, um pouquinho de Brasil. Costumo dizer: "a música não tem nacionalidade, mas o seu verdadeiro instrumento, o músico, tem. Assim, por meio da cultura d a sua identidade-local, o rasqueado leva o estado nos meios culturais, identificando a brejeirice genuína deste Brasil como um todo, através deste povo mato-grossense. - Nos ensaios para este concerto, nota-se que os arranjos que o senhor fez para a música do Mestre Albertino é um grande desafio. Estamos corretos? Toda abordagem musical, desde o processo de criação até a execução pública, é um desafio. Como se trada de uma rítmica 'médio-ligeira' associada com o 'balanço' sugerido pela melodia, os encaixes dos contrapontos entre os instrumentos e entre os naipes, a garantia da clareza dos teores harmônicos mas profundos (ou 'contemporâneos', utilizando a sua linguagem) que também são liberados pelo teor melódico aplicados no arranjo etc, tudo isso, gera um desafio estimulante para o músico cuidadoso, para a abordagem séria, que por fim, redundará numa explanação estilística, garantindo agora, a identidade do grupo. A personalidade coletiva. É um deleite! Que ótimo que você tenha denotado tal exigência desafiadora! - E quanto a Divagações nº 22. Foi feita originalmente para o Ciranda Sax e agora, estreia com a OJ? Como traduziria esta música? Divagações nº 22 foi escrita dentro da série homônima em 2009, e será estreada pela Orquestra Jovem Ciranda. Creio: sim, foi escrita com antecedência, para a orquestra. É uma abordagem musical contemplativa, singela, entrecortada por momentos de eloquência sonora, como uma anunciação, um chamamento, um despertar. Tudo isso com uma brasilidade-antropofágica-contemporânea, mas que soe com clareza e objetividade lúcidas para quem ouve. Diria: "é ouvindo que se pode ver". Ouçamos... ServiçoConcerto da Orquestra Jovem do Estado de Mato Grosso Neste domingo, às 19 horas, no Cine Teatro Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (meia), na sede do Instituto Ciranda ou no Cine Teatro, das 14 h às 18 horas. Informações: (65) 3623-1239

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